A década é marcada pelo projeto neoliberal. Primeiro com a eleição de Fernando Collor de Mello, em 1989, com posse em 1990, que praticou na economia o receituário de desregulamentação e abertura das importações. Obra continuada pelo governo Fernando Henrique Cardoso – com mandatos de 1995 a 2002 – que ampliou o projeto de privatizações e ataque aos direitos trabalhistas. Quatro meses após sua posse, por exemplo, houve greve de 32 dias dos petroleiros. A resposta foi mandar o Exército invadir as refinarias da Petrobras. O objetivo claro era quebrar a espinha do movimento sindical.
Na economia, a consolidação do Plano Real trouxe a estabilização da moeda, mas o preço foi alto para os trabalhadores. Desemprego, fechamento e privatização de empresas e endurecimento das relações de trabalho nas instituições públicas.
Os postos de trabalho no setor financeiro caíram de 1 milhão para 400 mil bancários no País ao logo da década. Em Pernambuco, a base passou de 30 mil trabalhadores para 9 mil, principalmente por conta da privatização do Bandepe, dois bancos envolvidos no Proer (Banorte e Econômico) e o ataque no BB, com as demissões incentivadas. Além da RH 008 na Caixa Econômica Federal, que permitia a dispensa imotivada.